segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

DE VOLTA PARA MINHA TERRA (não)

E aí meros mortais, FELIZ 2013. Oficialmente agora depois do carnaval.
Superamos o apocalipse (zumbi, et, climático), viramos mais um ano, sofremos algumas perdas em incêndios , voltamos à rotina e CÁ ESTAMOS NÓS AINDA.
Eu PROMETO voltar a escrever Batata Frita e Sorvete em breve. Pro-me-to. Só preciso me adequar à minha nova mente bagunçada. É, ultimamente eu não consigo achar as coisas na minha cabeça. É um monte de pensamento jogado, emaranhado com ideias antigas e novas, debaixo de uma saudade gigantesca que oculta tudo.
Mas nada que não possa ser resolvido com uma boa faxina. Leitura, cochilos, internet, leite com toddy e  momentos de reflexão irão resolver isso.
Estou organizando as ideias para voltar a escrever então essa semana ainda sai o capítulo novo da minha pequena história.
Obrigada pela compreensão e vão estudar que vocês ganham mais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

(Feliz?) Natal!

Não me julgue pelo título. Todos nós precisamos ver os dois lados da moeda.
E assim como tudo tem lados bons e ruins (menos a beleza magnífica do Ian Somerhalder -brincadeirinha), o Natal, na minha opinião, também tem.
Presentes. Peru. Chester. Pernil. Bacalhau. Maionese. Farofa. Rabanada. Família. Nozes. Panetone. Papai Noel. Renas. Trenó. Mais presentes. Pinheiros. Pisca pisca. Bolas de Natal.
Oh Lord, será que o Natal é realmente só isso?
Bom, para muitas pessoas é sim.
Deixem-me explicar aonde quero chegar com uma pergunta beeem básica: vocês sabem de onde vem o Natal? Espero que saibam porque é uma comemoração que ocorre desde muitos anos atrás (muitos mesmo!).
Você deve ter respondido em sua mente "nascimento de Cristo", caso você seja cristão ou basicamente antenado ao mundo em que vive. Está parcialmente correto, mas a realidade é que a data 25 de dezembro é comemorada desde muito antes. Alguns povos acreditavam que a data representava o nascimento do deus Sol. Séculos depois (mais especificamente 300) do nascimento de Cristo, a comemoração foi adaptada para esse mesmo dia para que os pagãos se convertessem.
Daí você pensa que foi enganado a sua vida toda, que tudo é uma farça e etc.
Mas não. A Igreja só usou uma tática inteligente. Jesus nasceu do mesmo jeito, só não tem-se certeza se foi neste exato dia.
De qualquer forma o que quero dizer é que hoje é um dia de mudanças. Não importa se você é cristão, judeu, budista ou ateu. Desde a época primitiva, a data de hoje celebra uma mudança. Um apocalipse. Uma chama de esperança chamada "espírito natalino" que percorre pela humanidade há milênios.
Então, senhoras e senhores, no dia de hoje sejamos felizes. E estejamos gratos com o que temos pra comemorar.
Eu coloquei o feliz com um ponto de interrogação no título porque sempre fico meio depressiva no Natal. Independente do nascimento de Cristo ou do deus Sol, sei que muitas pessoas aí fora estão sofrendo, passando frio, fome, solidão, dores, humilhação. Enquanto a mesa da casa da minha avó está exageradamente lotada de comida que sabemos que irá sobrar, muitas pessoas estão aí na luta por uma migalha de pão. Outros estão totalmente sozinhos. Outros estão sofrendo tanto que mal se dão conta do dia de hoje.
Isso é foda, sabe. Sei que todos os dias há sofrimento em várias partes do mundo. Mas hoje, pra mim, é um dia que deveria ser mágico. Para todo o mundo..
Para os cristãos, não esqueçam que o dia de hoje é muito mais que presentes e comilança. A festa mesmo é do cara barbudo que nasceu em Nazaré e morreu por toda a humanidade.
E com isso, desejo, de coração para todos um FELIZ NATAL. Que o espírito natalino percorra em todos os lugares de fome, sofrimento e permaneça nos locais de paz e alegria.

Ps: não se esqueça de que o espírito natalino está, muitas vezes, em nós. Quem sabe você não o usa um pouco e doa uma cesta de natal pra uma família carente? Ou talvez visite aquele seu amigo rico que você sabe que passará o natal sozinho? Ou qualquer coisa que faça bem para você e para o outro.

Ps 2: O Papai Noel existiu de verdade ok? Ele deixava moedas de ouro nas casas na época do natal. Viram? O Espírito natalino sempre esteve aí, só precisou ser revivido por um cara de bom coração.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Na vida tudo passa, não importa o que tu faça.

Pois é, mermãos! Lá se vai indo mais um ano... Ou talvez seja o último! E agora?
Sugiro que separem os seus quites de sobrevivência, estoquem bastante comida e comprem muitas baterias para seu celular caso haja um racionamento.
Ou então, vão estudar. Vale mais a pena.
Sabe, eu não queria que o mundo acabasse mês que vem. De verdade! Eu preciso ver minha namorada, preciso terminar o ensino médio, passar numa faculdade legal, trabalhar... Eu tenho planos, ok apocalipse? Respeite isso e vá assombrar outro planeta.

2012 foi um ano bem esquisito mesmo. Parece que as pessoas focaram tanto nessa coisa de fim de mundo que atraíram tragédias. Não foi legal, galera. Vamos focar em pensamentos positivos, tipo... UMA CACHOEIRA DE CHOCOLATE. HMMM.
Pode ser? Assim nós iremos atrair muito chocolate para nossa vidinha. Bem melhor, eu acho.
Estou só divagando sobre qualquer coisa, pois o assunto central é um pouco triste. Eu sou um pouco triste então assuntos tristes são bem previsíveis vindo de mim. Sim.
Semana que vem meu melhor amigo vai para o exterior. Minha melhor amiga vai mudar de escola. Minha namorada mora em outro estado. Minha outra amiga eu não vejo há 4 meses. E eu estou engordando.
Sim, isso tem tudo a ver porque parece que todas as pessoas estão se movendo, menos eu. Será que sou a única a me sentir assim?
Não quero ficar sozinha aqui, sabe. Vou para o último ano escolar (graças amem glória) com todos os meus (únicos) amigos e a pessoa que eu mais amo longe de mim.
Há um ano atrás, quando minha amiga foi embora eu chorei largada. Sofri o pão que o diabo amassou pois passei 10 anos convivendo com ela. Parece drama, mas realmente foi difícil. Ela era minha melhor amiga.
Hoje? Sinto falta dela às vezes mas nada que me atrapalhe no cotidiano.
As coisas passam. Mesmo quando achamos que não, elas passam. Pelo bem ou pelo mal.
A dor, por pior que seja, uma hora acaba. A felicidade, por mais mágica que seja, também acaba. São momentos, fases, etapas. Bom ou ruim, demorado ou não. Tudo passa.
Peguei o título da música do Tulio Dek com o Di Ferreiro porque ela é tão incrivelmente real! Eu escutava ela nos meus momentos mais difíceis já pensando em como tudo isso ia mudar uma hora. E mudou! Estou aqui, inteira (mesmo que não pareça). Viva, respirando, estudando, escrevendo textos sem sentido.

Por isso dedico o post de hoje para o meu tchutchuco Leonardo Lopes da Lila, que passou maus bocados comigo (e eu com ele rs) e nossa amizade aguentou isso. Viu? Nossa fase ruim passou. Nosso "romance" passou. Agora somos isso que chamam de amigos, ou não.
Vou sentir sua falta, big mac. Das nossas piadas, das imitações de gordo (que eu sei fazer porque sou uma), dos vídeos idiotas de nerd na internet, das suas aulas de Física, do seu cheiro de cigarro, da sua voz de menina, da sua mão de menina, da sua pele branca de neve, das suas lentes que me iludiram, das nossas brincadeiras de sexo, de deitar em você (ótimo travesseiro), de você cantando Rebecca Black, das nossas "festas" aqui em casa, do seu cabelo ruivo-loiro-verde-castanho-preto-laranja, do nosso romance não romance, do ciúmes que eu tinha de você, da sua paciência em me ouvir, de você vindo me visitar quando ninguém veio, da sua compreensão quando eu te disse que namorava uma menina. Eu fico muito feliz em ter te conhecido, Parafina. Eu agradeço a quem quer que seja por você ter aparecido na minha vidinha medíocre. Você foi um excelente amigo. Nunca me tratou diferente por eu ser o que eu sou. Tivemos nossas tretas, mas cá estamos né? Juntos. NEM OS EUA VAI NOS SEPARAR! VOU TE VISITAR SEU LOSER, TENHO VISTO E PASSAPORTE HAHA.
Eu te amo, Água de Salsicha. As coisas passam, a uva passa, mas nossa amizade não ♥

saudades do seu cabelo laranja e de quando eu não era tão gorda s2


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Batata Frita e Sorvete XIV

Capítulo Catorze - "As Mina Pira"

Acendi um cigarro. Dois. Três. Cinco cigarros. Não gostava do cheiro nem do sabor, mas não conseguia parar. Minhas mãos tremiam e o suor brotava de todas as partes do meu corpo. Tirei a jaqueta e joguei-a no ombro, sequei o suor da testa com as costas da mão. Meu celular vibrou no bolso. Era Ana, claro.
-Oi Ruiva.
-Onde você tá, João Guilherme? - perguntou ela com aquela voz estridente de sempre.
-Resolvendo uns problemas. Tá tudo bem?
-Sim, mas onde você está?
-Ana, já te ligo ok?
E desliguei. Simples assim. Depois eu iria ouvir um monte e ela provavelmente choraria. Mas eu precisava de um tempo.
Depois que fui até a casa da Júlia, me senti estranho. Sabe quando você tem certeza de alguma coisa? Como a certeza de que você é apaixonado por uma pessoa e quer casar com ela? Pois é, eu não tenho mais essa certeza. Não que eu não amasse mais a Ana! Minha cabeça só estava confusa. Eu não deveria estar querendo beijar a Júlia se eu fosse tão devotado a Ana, certo?
Joguei o cigarro no chão e pisei em cima ao lembrar das lágrimas brotando dos olhos da Júlia quando eu disse que tinha voltado com a minha ex.
"Eu gosto de você. Gosto muito, muito mesmo de você" foi o que ela disse. E o foda é que eu também gosto dela. Nada de paixão ou amor, mas gosto de estar com ela. Não só por sexo, eu juro. Ela é uma pessoa maneira, engraçada e muito gente boa.
"Desculpe, Ju. Sério. Eu também gosto muito de você, mas a Ana..." - tentei confortá-la, desesperado. Não gosto de lágrimas, não mesmo.
"Já entendi, Guilherme. Você ama a Ana. Só achei que nós tínhamos algo legal. Sou uma idiota, claro"
"Não, para! Nós temos sim, algo legal. Eu gosto de verdade de você, mas a Ana..."
Então ela me olhou, com os olhos vermelhos e várias lágrimas correndo pelas bochechas.
"Mas a Ana o que?" perguntou, séria.
E eu não consegui responder. Mais a Ana o que? Nem eu sei! Seria mais fácil se eu fosse decidido e dissesse "A Ana é a mulher da minha vida" ou "A Ana é tudo pra mim". Mas não, eu só pedi desculpas de novo e saí da casa dela. Muito homem da minha parte.
Então eu aproveitei meu excesso de covardia e me escondi em um parque qualquer para fumar.
Depois de duas horas e meia sentado na grama resolvi ir embora. Eu estava podre, suado, cansado e chateado. Levantei-me e tirei a grama da minha calça quando alguém pulou (literalmente) nas minhas costas. Eu teria caído de novo no chão se a menina não tivesse me segurado. Sua risada e sua voz eram tão singulares que, mesmo sem olhá-la, eu já sabia quem era.
-Uau, você realmente não muda nada - disse ela rindo.
Alta, morena, cabelos extremamente lisos e pretos, shorts curtíssimos e as pernas... Ah, que pernas perfeitas! Senti uma felicidade repentina surgindo dentro de mim, fazendo-me sorrir de orelha a orelha.
-E você engordou - brinquei, sabendo que levaria um tapa. Claro que levei - Ai.
Paula Peroni, 19 anos, minha ex namorada. Minha primeira namorada, pra ser sincero.
-Quer morrer? - perguntou ela fingindo ficar brava.
Rimos juntos e nos abraçamos. Cara, como sentia falta daquela menina! Nós sempre fomos amigos, mesmo depois que terminamos o namoro. Era bom vê-la de novo.
Paula apertou os braços em torno da minha cintura. Sei que sentia minha falta tanto quanto eu a dela.
-Continua o mesmo E.T. de sempre - disse ela puxando alguns fios do meu cabelo.
-E você continua cabeçuda - retruquei.
-Cala a boca - ela me soltou, olhou-me de cima a baixo e fez uma careta. -  Cara, o que te levou a sentar num parque sozinho com jaqueta de couro e calça num dia de 36ºC? E por que você está fedendo a cigarro? Virou mendigo?  Sabia que você não tinha potencial nem pra gari!
Gargalhei alto. Eu podia estar na pior situação que ela faria uma piada idiota.
-Só precisava de um tempo para pensar - respondi. - Mas e você, o que faz aqui?
-Vim fotografar algumas coisas. Estou fazendo um bico pra uma revista de plantas. É mole?
-Que bosta, boa sorte.
Eu não via a Paula há uns dois meses, desde que eu tive meus problemas e ela estudava demais. Com todas aquelas tretas eu nem percebera o quanto eu sentia falta dela. Mas aquilo ali... Era fácil e agradável. Era bom de verdade. Sem precisar de drogas ou de depressão.
-E sua namorada ruivinha-chatinha-safadinha? - perguntou ela fazendo outra careta enquanto ajustava alguma coisa em sua câmera fotográfica.
-Voltei com ela - disse rapidamente, já esperando um sermão do caralho.
Mas Paula só revirou os olhos.
-Típico de você.
-Não entendi...
Ela me olhou com a expressão mais entediada possível.
-Cara, você é um bunda mole romântico - e riu para quebrar o clima. Viu? Ela falava coisas totalmente verdadeiras mas de uma forma cômica. Não doía tanto saber a verdade daquele jeito. Pelo menos não vindo dela.
-Sou, é? - perguntei erguendo uma sobrancelha. Antes que ela respondesse, tirei a câmera de sua mão e saí correndo. Ela berrou.
-JOÃO GUILHERME, CUIDADO COM ISSO!
-UUUUH João Guilherme, cuidado com isso! - imitei-a afinando a voz - Vai, não sou um bunda mole romântico? Pois é, vou ter um romance com essa sua câmera agora. - E fingi lamber a câmera.
Ela correu até onde eu estava e tirou a máquina da minha mão. Eu ainda estava rindo com a cara de desespero que ela havia feito.
-Você é mesmo um bunda mole romântico. Nem pra me ligar quando a vaca tinha te chifrado! Eu poderia te agarrar na frente dela - disse ela em tom de desafio.
-Não sou desses caras que esfregam cenas na frente de ninguém - respondi, me recuperando do acesso de risadas e dando de ombros - Mas eu poderia te agarrar atrás dela, ao lado dela ou há 500 quilômetros dela - acrescentei, secando o suor da minha testa com a mão e passando na blusa dela.
Seu rosto se contorceu de nojo e ela me bateu por reflexo, claro. Era sempre assim e daquela vez eu sabia merecia. Eu ri de novo e ela acabou rindo comigo.
-Você vai lavar minha blusa, seu escroto - reclamou.
-Vou sim, claro. Tira ela aí - brinquei.
O foda é que a Paula não tem limite, nem noção, nem nada naquela cabeça. Por isso ela realmente tirou a blusa.
-Tá doid...?! - ah, ela estava de biquini. Doida, mas não insana. Dessa vez foi ela quem gargalhou.
-Otário - disse, colocando a blusa de volta. Pirada.
-Cara, vai tirar suas fotos antes que eu te agarre pra você ficar tão cheirosa quanto eu - disse, ainda meio nervoso com a falta de noção da minha ex.
Paula sorriu.
-Está insinuando que quer que eu tire minha roupa toda?
Torci o nariz de brincadeira.
-Não mesmo, você está obesa.
E passei o resto da tarde assim. Rindo, brincando e tirando sarro da cara dela. Assustei-me ao ver o sol se pondo. Como o dia passou tão rápido?
-Nossa cara, tenho que ir embora - disse olhando o relógio. Eram quase seis horas e eu não dei nenhuma satisfação pra Ana. Eu teria problemas ao chegar em casa.
Paula estava tirando algumas fotos agachada ao meu lado quando bufou e disse:
-Agora você tem toque de recolher? Tipo Harry Potter em Hogwarts?
-Tipo isso. A Ana já deve estar colocando meu nome na boca do sapo - eu havia dito isso de brincadeira mas realmente me preocupava voltar pra casa.
Sem falar que eu não queria voltar pra casa.
-Isso, vai lá ganhar mais um chifre - cuspiu ela de uma vez só. Ai. Aquela ali foi dolorida, sem humor algum.
-Valeu, Paulinha - agradeci com um sorriso amarelo.
-Só estou dizendo. Você poderia dar o troco, sabia? - sugeriu, tirando os olhos do foco da câmera para me fitar - Eu estou solteira e já troquei bactérias com você várias vezes. Não me importaria em ajudar os mais carentes.
O.k. , vamos ver se eu entendi: ela estava sugerido que eu a agarrasse de verdade? Tipo beijar, encostar ela numa árvore e esmagar meu corpo no dela? Olha, tudo bem que eu tinha dado em cima dela a tarde inteira mas eu não pensei realmente em trair a Ana. Aquilo era errado, não era? Eu ia dizer isso pra Paula. Ia dizer que não dava, que eu amava minha namorada e que eu precisava ir embora.
Mas eu não disse.
-Sério mesmo? Agora você gosta de caras comprometidos? - eu disse, desobedecendo as ordens da minha sã consciência. Não Guilherme, seu viado! Você tem que dar um fora nela!
-Ficaria com você, mesmo que precisasse ser benzida depois.
...
Então, amigos... Eu queria dizer que eu neguei a oferta, que coloquei minha jaqueta e que fui ver minha namorada, mas eu não fiz isso. E sabe qual é o pior? Não me arrependo. Beijar a Paula me fez lembrar uma época mais simples, tranquila e, de certo ponto, mais feliz.
Cara, é tudo culpa dessas meninas que, recentemente, começaram a brotar do chão. Não sei como, mas de repente, três mulheres apareceram na minha vida. Todas lindas. Todas divertidas. Todas gostosas.
E eu gostava de todas elas. E elas de mim.
E se você pensa que é fácil e legal pra mim só porque são três mulheres na minha cola, você está muito enganado.
Ou não...


sexta-feira, 8 de junho de 2012

B de Amor

Certa vez, no colégio, me ensinaram a escrever uma palavrinha fácil de 4 letras. Aprendi logo como fazê-la e o que significava. Minha caligrafia era ilegível mas em minha mente tudo era perfeitamente lindo.
 → A-M-O-R = mamãe dormindo na beirada da minha cama quando tinha pesadelos e papai vendo o rei leão comigo pela quinquagésima vez.

Alfabetizada, crescida, minha caligrafia era mais legível. Eu era falante, sabe-tudo e gostava de KLB.
→A-M-O-R = minha mamis acordando cedo para me levar ao colégio e o papis assistindo alegrifes e rabujos pacientemente.

Ensino fundamental completo, minha caligrafia estava mais para um rastro primitivo e minha mente era algo como: dormir, sair de capuz, ouvir musica alta, pagar de revoltada, dormir, dormir...
→A-M... A-O-R... A-M-A-O... Meu Deus! Como se escreve isso? Minha mãe mandando eu ir dormir quando estou falando com 10 pessoas no messenger? Meu pai mandando eu desligar o som alto? Droga, como se escreve aquilo? Ah, foda-se, quem precisa daquilo mesmo?

Reta final dos cursos escolares, preparativos para vestibular, minha caligrafia voltou a ser ilegível. Eu parecia outra pessoa, mas ao mesmo tempo estava idêntica àquela menina em pré-alfabetização. Reaprendi tudo, os significados das coisas mudaram pra mim, meus conceitos mudaram, eu mudei. Mas continuava sendo sonhadora e tudo em minha mente era perfeitamente lindo, assim como minha caligrafia parecia ser de alguém de 5 anos.
→B-A-B-M-B-O-B-R-B =  Minha mãe me abraçando a cada 10 minutos para mostrar que me ama independente de qualquer coisa e meu pai passando mais tempo comigo tentando ficar mais próximo. Ah, deve ter ficado difícil de vocês lerem a palavra com esse monte de B's no meio... Desculpem-me, é o único jeito que sei escrever agora, devido a terceira definição que acrescentei para a palavra: Beatriz.
Essa última definição me alfabetizou por completo e me mostrou que, o verdadeiro significado dessa palavrinha (nem tão fácil e com 9 letras agora), é bem diferente para cada um de nós.
Sugiro que todas as pessoas devem escrever seus próprios dicionários. Esse é o meu.

→C-A-L-I-G-R-A-F-I-A: não importa o quanto você mude e treine, ela sempre vai voltar a ser o que era antes do treino.
→M-Ã-E: amor incondicional, brigas incondicionais, carinhos incondicionais, dinheiro... Bom, nem tudo é perfeito.
→P-A-I: almoço congelado, futebol na TV, pizza a noite, conversas constrangedoras, boletim, diversão, amor infinito.
→B-A-M-O-R (amor ou babmbobr): motivo para viver; razão de existir; compreende a família antiga (pais, avós, tios, irmãos) e a nova (cônjugue, filhos, netos); sinônimos: Beatriz Nogueira, Amor Incondicional e Infinito, Um só Ser.

Significados das palvras cientificamente pesquisados em alguma parte careta da mente de Lila Nogueira. É.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012

Finalmente chegamos no último ano do mundo! O famoso 2012 que até ganhou um longa metragem. Chique demais, me sinto uma parte da história por viver nesse ano.
Mentira velho, nem acredito nessas besteiradas de fim do mundo. Sério, não acho que há uma catástrofe prevista para algum dia.
Acho que se houver qualquer explosãozinha no universo, qualquer merdinha que cair aqui na Terra vai acabar com tudo. Não precisa de hora marcada, simplesmente acontece.
Assim como você tropeça, as chaves caem, a pomba voa e o pintinho piu.
A única previsão concreta é que todos nós vamos morrer (menos Hebe e o Silvio Santos que se congelam toda noite antes de dormir pra durarem pra sempre).
Trágico, mas é totalmente verdade.

Enfim, é mais um ano! Mais uma chance de começar de novo.
Mais um monte de promessas de "eu vou estudar esse ano" e "vou entrar na dieta" que provavelmente não serão cumpridas. Mais notas vermelhas, mais insatisfações com o aumento do peso! Tudo de novo!
Se bem que essas últimas festas tiveram algo diferente... Eu não fiz essas costumeiras promessas. Eu... pensando bem, não fiz nada.
Pela primeira vez eu senti que minhas festas de fim de ano foram incompletas.
Todos os anos eu passo o natal com o meu pai em São Paulo e o ano novo com a minha mãe no litoral. Normal, já me acostumei e adoro isso.
Mas esse ano (ou melhor, ano passado) foi estranho. Os presentes, a ceia, a família, a bebida, as risadas... não foram o suficiente.
Eu já pensei que estava entrando numa fase deprê, com TPM, sei lá. Qualquer coisa pra estragar minhas festas de fim de ano. Mas não, não era nada físico.
Era saudade. A falta de uma única pessoa ali do meu lado, segurando minha mão, desejando-me o melhor e fazendo meu coração saltar.
Essa foi a primeira virada de ano que eu passei pensando em alguém. A primeira vez que fechei os olhos enquanto os fogos estouravam e pedi para estar junto de quem eu amo. A primeira vez que eu não estava desiludida com qualquer garoto e não pulei uma onda pedindo pra ser notada por ele.
A primeira vez que eu estava sendo notada.
O primeiro pedido que fiz quando meus pés tocaram o mar foi "quero poder estar com você". Nem precisei pular uma onda porque esse pedido eu faço todos os dias antes de dormir. Foi só meu primeiro pedido do ano, pra dar sorte.
E... Isso é tão bom! Digo, a saudade é ruim, aperta o coração e tudo mais... Mas essa coisa de saber que há alguém lá fora que talvez esteja pensando em você, desejando sua felicidade e te apoiando em cada passo seu é incrível!

E é por isso que eu, pela primeira vez, não estou aqui para escrever um texto de dores do amor como eu quase sempre faço.
Não há mais dor, desilusão, ciúmes... Nada.
É só... Amor. Amor, felicidade, cumplicidade e aquele leve toque irritante de saudade. Mas é suportável.
Por isso, meus caros, eu espero, de coração, que vocês passem por isso. Não é uma sensação, como mãos suadas, coração martelando rápido demais e falta da fala. É um estado de espírito. Duradouro, feliz.
 É bom, traz esperança e mais vontade pra fazer as coisas.

Então que o 2012 de vocês seja totalmente iluminado, assim como eu espero que seja o meu.
Feliz Ano Novo, alienzinhos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vilões do Amor

Eu sou uma pessoa muito duvidosa para falar de amor.
Primeiro porque eu não acredito no amor recíproco entre casais.
Segundo porque eu não confio muito no amor das outras pessoas, só no da minha mãe.
Terceiro porque eu sou jovem demais e não sei de muita coisa.
Mas eu vou falar mesmo assim, porque o amor é a única coisa que me faz ter vontade de sair da cama todos os dias. É a única coisa pela qual vale a pena viver.

No meu Tumblr há mil postagens sobre como o amor dói e blá blá blá.
Galera, o amor não dói. O que dói é a paixão, saudade, ciúme, inveja.
O amor é um sentimento puro demais pra ser dolorido.

Eu poderia dizer que o ciúmes é o maior vilão do amor, porém há os incríveis seres humanos que não são ciumentos. Não é o meu caso.
Então vamos para o mais famoso dos vilões: confundido sempre com amor, causa sensações exageradas no corpo e está constantemente iludindo corações.
Paixão.
Ah, a paixão. Quem nunca se apaixonou?
Quem nunca sentiu o coração inflar até ficar do tamanho do Brasil? Ou ter aquela estranha sensação de quente-frio ao mesmo tempo? Ou a felicidade excessiva, que parece completar cada pequeno espaço do seu corpo?
O amor também causa tudo isso, se formos olhar bem. Mas é mais duradouro, menos eufórico, mais puro.
A paixão é meio desenfreada, cheia de desejos estranhos e tudo mais.
Eu, com os meus míseros 15 anos, já passei, e passo, mil vezes por essa sensação. Coisa de adolescente idiota.
Mas como evitar?